segunda-feira, 22 de julho de 2019

O asfalto natural na ponte do Guaíba












As obras de recuperação no pavimento do Vão Móvel da ponte sobre o Guaíba chamaram a atenção da mídia pelos transtornos causados ao trânsito. Mas, as imagens dos operários trabalhando, também devem ter chamado a atenção de alguns. Por ser feita apenas de forma manual e também pela consistência de “mousse” do asfalto utilizado. A entrevista do engenheiro da concessionária deu uma pista: o produto veio de Trinidad e Tobago.











Os asfaltos naturais ocorrem em várias partes do mundo e podem ser encontrados na ilha de Trinidad ao sul do Caribe; na Venezuela; na Suiça, no Irã , na província de Alberta no Canadá e no Mar Morto, conhecido pelos romanos como Lacus Asphaltes.
As altas pressões exercidas nas capas interiores da crosta terrestre fazem fluir à superfície, de maneira natural, o asfalto, formando lagos. O mais conhecido é o Pitch Lake em Trinidad, o maior lago de asfalto natural comercialmente explorado do mundo.


Os asfaltos ou betumes naturais encontrados em jazidas, embora tenham propriedades físicas semelhantes aos asfaltos derivados de petróleo, têm uma composição química diferente destes. É um material formado após oxidação completa sob a pressão da crosta terrestre, em temperatura elevada, durante milhões de anos. Por isso, tem a vantagem de apresentar alto ponto de amolecimento, excelente estabilidade térmica, capacidade de resistência a oxidação, óleos, ácidos e álcalis.













Quimicamente, o TLA (Trinidad Lake Asphalt) apresenta composição de 67% a 70% de maltenos e de 30% a 33% de asfaltenos. Possui ainda estabilidade coloidal e é classificado como um sol-gel, e é usado como modificador de cimentos asfálticos convencionais.
O TLA como modificador de asfalto tem em sua parte mineral uma importante função, pois confere propriedades benéficas ao ligante final (CAP + TLA). A fração mineral constituída de material muito fino (<200µm) é inerte e se mantém disperso no betume, sendo que aproximadamente 90% apresenta tamanho sub mícron(<1µm) sendo de difícil reprodução industrial (R.Charles, 2008).
De acordo com as pesquisas de Raymond Charles, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de West Indies, há diferenças significativas entre o TLA e os betumes de refinaria (BR) quanto ao formato dos asfaltenos. Os do TLA têm uma forma arredondada das partículas elementares (amorfo), enquanto asfaltenos BR têm uma estrutura cristalina plana. Análises de Raios-X identificaram saliências da forma amorfa dos asfaltenos do TLA, em oposição aos totalmente orgânicos asfaltenos de refinaria, constatando assim que os argilos minerais estão presos na estrutura. Essa característica do TLA torna-o um produto único e homogêneo. O TLA como modificador de asfalto (Asfalto Modificado por Trinidad Lake Asphalt- CAP TLA) é utilizado em vários continentes com as mais variadas condições climáticas, em temperaturas variando de -20o C a +40o C.

terça-feira, 20 de junho de 2017

WORKSHOP DISCUTE A IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO NACIONAL DO NOVO MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS


Com o objetivo de promover a capacitação técnica para familiarizar, esclarecer dúvidas e doutrinar seu uso racional no âmbito nacional, a Faculdade de Engenharia da PUCRS promove um workshop com a participação de profissionais de reconhecida contribuição para o desenvolvimento do novo método. O evento iniciou na segunda-feira (19/6) com palestras que apresentaram aos participantes os conceitos que envolveram a construção do novo método.

A professora Laura Motta da COPPE/UFRJ apresentou um histórico dos métodos de dimensionamento utilizados no Brasil e sua evolução para o novo Método Mecanístico-Empírico. A professora Prepredigna Silva do IPR/DNIT apresentou a atualização de normas e a implantação do novo método de dimensionamento no DNIT. O professor Jorge Soares, da Universidade Federal do Ceará – UFC apresentou o desafio dos modelos de desempenho num método mecanístico-empírico; o pesquisador. Luís Nascimento do CENPES/Petrobras falou sobre a aplicação da teoria do dano contínuo viscoelástico na análise de pavimentos e a continuidade do desenvolvimento do novo método e a Dra. Mírian Quebaud da ANTT falou sobre as pesquisas desenvolvidas no âmbito dos recursos de desenvolvimento tecnológico (RDT).

Nesta terça-feira (20/6) o workshop segue com a realização de minicurso ministrado pelos professores Luciano Specht, da Universidade Federal de Santa Maria e Lélio Brito, da PUCRS que trarão aos participantes noções sobre análise mecanísticas no dimensionamento de pavimentos flexíveis, modelos de previsão de desempenho de pavimentos, introdução ao uso do software SISPAVBR e uma breve introdução à viscoelasticidade na modelagem de materiais asfálticos.

A expectativa dos profissionais e instituições envolvidos no desenvolvimento do novo método é de que em 2018 ele já esteja normatizado e implantado no DNIT e comece a ser adotado pelos demais órgãos rodoviários. O evento contou com a participação de profissionais de órgão rodoviários, DAER, DNIT e ANTT, concessionárias de rodovias como a Triunfo Concepa, universidades como UFSC, Unisinos, UFSM e UFRGS. As manifestações destes profissionais ao final do evento reconheceram a importância do novo método para uma evolução na qualidade e durabilidade dos pavimentos das rodovias brasileiras e destacaram os novos desafios que devem ser enfrentados pelos órgãos rodoviários, construtoras, projetistas e demais envolvidos no processo de construção de estradas, como a atualização e qualificação dos técnicos e melhorias na infraestrutura de laboratórios.  
A organização e coordenação do workshop foi dos professores Dr. Lelio Antonio Teixeira Brito, Me. Cleber de Freitas Floriano, Ma. Lysiane Menezes Pacheco, Dr. Daniel Hastenpflug.

Breve histórico sobre o desenvolvimento do novo método
Desde a década 90, o meio científico vinha questionando a adequação do método de dimensionamento de pavimentos em uso no Brasil. No início dos anos 2000 já era consenso de que o método não era mais adequado, já que apresentava restrições relevantes, tais como: não levar em consideração o aumento significativo das solicitações de carga, volume e magnitude do tráfego, nem a inserção de parâmetros importantes como fatores climáticos e novos materiais.

Esta realidade levou à criação da Rede Temática de Asfalto, financiada pela Petrobras, que reuniu pesquisadores e universidades de todo o país, com a cooperação do IPR/DNIT para a pesquisa e desenvolvimento de um novo método, O trabalho inclui a construção e monitoramento de trechos experimentais em diversas regiões do país em parceria com órgãos rodoviários e concessionária que, desde 2009, vem permitindo o levantamento sistemático de dados de desempenho funcional e estrutural dos pavimentos nacionais típicos, dados essenciais para a construção do novo método.

O novo método se baseia na consideração das propriedades mecânicas fundamentais de todos os materiais que compõem cada uma das camadas do pavimento, levando em conta os fatores ambientais, a técnica construtiva, além do perfil do tráfego. Utiliza o método de cálculo de tensões e deformações baseado na teoria da elasticidade aplicada ao sistema de camadas para determinar os esforços críticos nas diferentes camadas, permitindo, assim, ajustar os materiais e espessuras para que suportem tais esforços ao longo da vida útil do pavimento. Considera, iterativamente, parâmetros de desempenho – trincas por fadiga e deformação permanente, para a estimativa de vida útil, empregando funções de transferência até chegar a decisão final das espessuras e tipos de materiais.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Gestão Ambiental em obras rodoviárias



O DAER realiza o Seminário O Desafio da Gestão de Rodovias: Obras, Meio Ambiente e Sociedade. O objetivo é debater a importância da gestão ambiental no planejamento e na execução de obras rodoviárias. 
Além de um Painel com representantes do DAER, empresas do setor e da FEPAM, serão apresentados os Cases de gestão ambiental da Rota do Sol e da BR 116, exemplos de projetos que buscam atender com excelência as determinações ambientais para o licenciamento de estradas..
O Seminário é aberto aos profissionais e estudantes do setor e as inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail escola@daer.rs.gov.br. 
O evento acontece no dia 23 de junho, das 13:30h às 17h, no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari, na Av. Borges de Medeiros, 1301. 

Mais informações no link:

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Olhares sobre o Transporte




A Universidade Federal de Pelotas, através do Curso Superior de Tecnologia em Transporte Terrestre (CSTTT) do Centro de Integração do Mercosul (CIM), promove concurso com a finalidade de estimular a produção fotográfica e incentivar as artes, convidando interessados a dedicar seus diferentes olhares e percepções ao registro de situações que envolvam o transporte terrestre.

Mostra “Olhares Sobre o Transporte Terrestre” está em fase de inscrições, que podem ser feitas no site www.focotransporte.com.br.

A escolha das melhores fotos e a divulgação dos resultados acontecerá durante a Semana Acadêmica do CSTTT de 23 até 25 de maio.

Uma oportunidade para os profissionais da área dos transportes, amantes da fotografia e usuários do transporte terrestre mostrarem suas visões e percepções sobre uma área que ultrapassa as questões técnicas e de engenharia e tem um forte impacto social, econômico e na qualidade de vida da população.

domingo, 8 de maio de 2016

A arte pode salvar vidas?


Das impressoras para o asfalto! O 3D é tendência também na segurança viária. Intervenções artísticas em diversas cidades no mundo tentam transformar as faixas de pedestres, deixando-as mais coloridas, chamativas e menos insossas. O objetivo é causar um reação nos motoristas, fazendo com que estes diminuam a velocidade e aumentem a atenção próximo às faixas de segurança. 

Até agora ações isoladas, parece que começam a ser encaradas como uma alternativa viável de segurança viária. Na Índia, por exemplo, o Ministério dos Transportes começou a testar a ideia de forma oficial. As autoridades de trânsito testaram os efeitos na estrada Ahmedabad - Mehsana e aprovaram o conceito. Há algumas limitações nos projetos devido às normas rodoviárias e as artistas aplicaram o projeto com as mudanças aprovadas pelas autoridades. A faixa 3D dá aos motoristas a sensação de que algo está diferente, fazendo-os desacelerar. A ideia está sendo aplicada próximo a escolas e em áreas propensas a acidentes, para aumentar a segurança dos pedestres.


Segundo as autoras do projeto, Saumya Pandya Thakkar e Shakuntala Pandya, não há riscos de freadas súbitas. “... na realidade, são apenas tiras oblíquas suaves com micro efeito 3D, levando em conta a segurança dos motoristas. A visão humana pode ver desenhos em  2D. Pode ver pinturas de parede 3D, mas não podem ver perfeitamente as pinturas no chão em 3D, sem uma câmera em determinado ângulo. Assim, são apenas linhas inclinadas com um pequeno efeito 3D. A obra de arte não cria a ilusão dimensional a olho nu, mas causa um efeito diferente do usual, o que a aumenta a atenção dos motoristas".

A intervenção de Saumya e Shakuntala Pandya em testes na Índia

Agora é aguardar os resultados da experiência na Índia para ver se, realmente, a arte pode salvar vidas.


Algumas outras intervenções pelo mundo

sábado, 7 de maio de 2016

Competição de Guindastes de Palitos de Picolé


E o pessoal da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo resolveu mudar. Para incentivar a inovação e dar uma sacudida na criatividade da moçada, a tradicional competição de pontes de espaguete foi substituída pela Competição de Guindastes de Palito de Picolé. 
Como explica o Prof. Dr. Moacir Kripka, responsável pela competição, "O desafio é projetar uma estrutura de palitos de picolé e cola para madeira, dentro de dimensões especificadas, que resista a um carregamento determinado e possua o menor peso próprio".

A atividade tem um número limitado de vagas e é voltada aos alunos que estão cursando ou já cursaram a disciplina de Análise Estrutural I. Cada grupo será composto por até quatro integrantes, podendo participar com apenas um guindaste. Os participantes receberão certificado de horas complementares e a equipe vencedora receberá pontuação adicional.

Mais informações: www.facebook.com/events/1764629490439115/ e pelo email competiçãoguindaste@gmail.com

A Revista Estradas vai acompanhar o andamento da competição e divulgará as informações aqui no blog e suas redes sociais. Como o tema principal da Revista este ano são as Obras de Arte Especiais, acompanharemos não só a Competição de Guindastes de Palitos de Picolé, mas também as tradicionais competições de Pontes de Espaguetes que acontecem  nos Cursos de Engenharia das Universidades no Rio Grande do Sul.

Competição de Guindastes de Palitos de Picolé
4 de Junho de 2016 - A partir das 8h
Centro de Eventos da UPF - Passo Fundo

Organização
Professores: Moacir Kripka e Guilherme Fleith de Medeiros
Acadêmicos: Bruna Pietrobelli Migliorini, Daniel Kartabil Bernardi, Isadora Dalcin Barbosa e Luana  Anchieta Rocha



Semana Acadêmica do CSTTT


De 23 a 25 de maio o Curso Superior de Tecnologia em Transportes Terrestres da UFPEL, Campus Eldorado, promove sua Semana Acadêmica. Uma boa oportunidade para enriquecer o currículo com o conhecimento e a experiência de profissionais reconhecidos na área.

Participam, entre outros, o Eng. e Professor da UFRGS João Fortini Albano palestrando sobre Mobilidade Urbana, o Eng. Fernando Druck da ABCP sobre Pavimentos Rígidos, o Arquiteto Emílio Merino sobre Mobilidade Sustentável e o arquiteto Fernando Lindner sobre ITS no Transporte Coletivo.

Semana Acadêmica do CSTTT
23 a 25 de maio 2016
19h ás 22h
Auditório da Escola Municipal Conêgo Eugênio Mees
Rua Francisca da Silva, 319 – Bairro Chácara
Eldorado do Sul – RS

Inscrições e informações pelo email: csttteldorado@gmail.com